O casario que se desenha pelas encostas faz recordar presépios, onde despontam as torres dos templos que congregam a espiritualidade das comunidades. Percebe-se, olhando a partir dos Palheiros e do Zorro, como as Torres foram um ponto chave de defesa do território de Coimbra, favorável a fortificação e à vigilância e controlo de pessoas e bens, que circulavam pelos caminhos de antanho, mas também por via fluvial, nas características barcas serranas.

Descubra os cantos e recantos a partir dos trilhos pedestres existentes, que nos guiam da zona ribeirinha até à Mata Nacional de Vale de Canas, um dos pontos mais elevados da freguesia e excelente ponto de observação do território, espaço de lazer e ex-libris do município, que remonta ao séc. XVI. Aqui a fauna e flora são pujantes, dos eucaliptos de grande porte à nidificação da águia de asa redonda e do gavião da Europa.

Não deixe de percorrer o troço da sinuosa, mas encantadora Estrada Nacional 110, percurso muito apreciado por peregrinos e turistas, com diversos miradouros, para o rio e área serrana envolvente, incluindo curiosos afloramentos rochosos. No Chafariz das Torres, uma obra pública datada de 1895, de fino recorte artístico, é ponto de paragem para mitigar a sede e recuperar forças.

Em tempo de veraneio não deixe, também, de visitar a praia fluvial de Palheiros e Zorro, uma das mais importantes da região, que permite a prática de vários desportos aquáticos e onde todos os anos, em agosto, se recria a antiga tradição da barrela com as típicas lavadeiras do rio. Se gosta de curiosidades, procure pelos vestígios da antiga mina de chumbo de Barbadalhos, ou descubra, ao longo da Ribeira da Misarela, as memórias de uma intensa atividade de moagem.