Em Torre de Vilela, a Broa Mimosa e a Chanfana.
“Sempre se fez bom vinho por aqui. Havia muito Fernão Pires, Poeirinho, Cagado das Moscas, Cacho Formosa, Bastardo, Trincadeira. Era com vinho tinto do bom que se fazia a Chanfana. Não havia casamento ou festa que não tivesse Chanfana e, em Torre de Vilela, era hábito acompanharmos com Broa Mimosa. Levava mais trigo do que milho. Punha a farinha de milho, fazia uma cova onde punha o sal e escaldava-a com água a ferver. Apunhava-se a massa e, depois, é que juntava o fermento, a farinha de trigo, o açúcar, a canela e a erva-doce. Depois, benzia-se a broa para ela levedar e dizia-se «São Mamede te levede, São Vicente te acrescente, Nosso Senhor te ponha a virtude, que eu da minha parte fiz o que pude». Só quando a farinha se apagava e a cruz ficava sumida, é que se acendia o forno. Na Festa ao Mártir São Sebastião levavam-se umas fogaças com um Frango Tostado, uma garrafa de vinho, um prato de Arroz-Doce e uma Broa Mimosa.”
Memória Oral