Em Eiras, a devoção à Nossa Senhora das Candeias.

“Para a noite da Nossa Senhora das Candeias íamos, pelos montes, apanhar as cascas dos caracóis. Amassávamos um bocado de barro com água para fazer uma espécie de copinho que segurasse a casca do caracol, enchia-se a casca com azeite e punha-se um farrapito a fazer uma torcida. Punham-se estas candeias a alumiar as janelas nessa noite. Os antigos diziam que a Nossa Senhora, de madrugada, passava pelos olivais e se, a gente não tivesse acendido o caracol, no ano seguinte, as oliveiras não davam azeitona.”

Memória Oral

Outrora, o Olival fazia mancha pela quantidade de oliveiras que ocupavam os terrenos do Monte. Imprescindível na cozinha, era também recurso útil para fazer alguns unguentos que socorriam em horas de aflição. Por isso, o Azeite era uma dádiva que o povo não se cansava de agradecer. Na noite de 2 de Fevereiro, as cascas dos caracóis transformavam-se em Candeias e eram postas a iluminar as janelas.

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