Em Brasfemes, no Natal.

“No dia de Natal os meninos concentravam-se na escola, no tempo do pouco, e mesmo assim, todos os meninos levavam prendinhas ao menino. Levavam abóboras, pinhas mansas, morcelas, chouriços, laranjas, tangerinas, uns bacalhaus pequeninos, galinhas, coelhos. Tudo levava. Íamos, dois a dois, com as prendinhas e a cantar ao Menino.”

Memória Oral

Fonte de rendimento pelos proveitos que dava, a galinha não se comia a não ser em dias de festa. Os ovos eram de ouro, pois que vendidos no mercado de Coimbra eram fonte certa de sustento diário. Por isso, o sacrifício de uma galinha impunha a sua utilização plena. No Natal, escolhia-se a que fosse mais velha e cozia-se para amaciar a carne. Deste caldo, fazia-se a Canja. Com os miúdos e com o sangue conservado em vinagre, fazia-se o Arroz Pardo, uma autêntica lambarice para toda a família. O remate final era a Galinha Guisada ou Tostada que trazia a fartura da carne e lembrava que o Natal era momento de partilha de abundância.

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