Umas semanas antes do casamento, os noivos entregavam o prato do arroz doce, de quando em quando acompanhado pela broa cozida no forno a lenha.
Para quem ia casar era o início de um novo ciclo, um novo momento que se queria marcado pela fertilidade. Por isso o grão do arroz enquanto semente capaz de originar nova sementeira, nova vida, era Simbolismo Fiel da Felicidade que se queria para os noivos. O arroz doce estava presente na preparação da cerimónia e na Celebração da Boda.
E tudo começava assim… o leite, a água, o sal e as cascas de limão deitavam-se em grandes tachos, deixando-se ferver. Juntava-se o arroz e ia-se mexendo pacientemente até ficar bem cozido. Juntava-se então o açúcar e, voltava-se a mexer até apurar. O arroz doce, ainda quente, era vertido em pratos e travessas e, mãos hábeis decoravam-nos com canela. Estes pratos, colocados em canastras, eram cobertos com um toalhete tecido nos teares de Almalaguês. À cabeça das raparigas, estas canastras transportavam pela aldeia, os pratos que iam ser entregues aos convidados, amigos e vizinhos dos noivos, e nesta ocasião, os padrinhos eram distinguidos, com a oferta de uma travessa.